sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Faces


Faces

Você me lê
Adentra no meu baú velho
Mas ainda fica na porta de entrada
Presa a estigmas
Marcas superficiais
Que nem sempre retratam o real conteúdo do produto
A vida e´um celeiro de personagens
Mas a maioria,
Quase todos,
Não conhece o ator principal
Drama e comédia
São as máscaras que escondem o verdadeiro ser
Estar exposto
Ser vulnerável no cerne
E´algo difícil de acontecer

Galinha sensível ?
Só se a sensibilidade estiver dentro do ovo
A casca
Na verdade
Apenas esconde a insegurança
E só se rompe se alguém souber chocar
Caso contrário,
Continuo no palco
Choco
Às vezes me escondo na coxia
Mas sempre no palco
Faço da tragédia
Meu improviso na Commedia dell’Arte
E uso o velho texto batido
Para manter as convenções
Ate porque,
Meu improviso real
Pode ficar sempre preso neste papel

Esse liquidificador de faces
Mistura minhas superficialidades
Onde a diva nasce e morre
Na mais lenta rotação
Mas nunca se mistura a uma imensidão de ninfetas
Que o meu real nunca enxergarão
Você enxerga com um olho
Então...
Abre o outro
E não só me veja
Mas aprenda que entre um monte de ninfas
A diva é sempre diferente
Olhe pra si
E com os dois olhos você verá
Qual a diferença para mim

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