sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

PROCURA

PROCURA
Procura-se alguém
Entre subterfúgios
Procura-se a ponte
Que une dois abismos
Que desponte no horizonte
No reduto da diva incólume
Procura-se linhas de pensamento
Confundir pensamentos
Atrair pensamentos
Trair a razão

O vagabundo sequioso
Querendo o ensejo
Para aniquilar o sortilégio
Acabar a poesia

Procura-se um poeta
Que diga as palavras certas
Procura-se as rimas corretas
Que salvem o malandro malfadado
Que tenta convergir
Algo convexo
Procura, é rejeitado
Faz um verso de protesto
Procura-se o “andróide sem par”
O par perfeito
Que iguala, inebria, ilude, ludibria
O sábio homem
Paga-se uma recompensa
Não dá esmola
Não aceita esmola
Algo que vale a pena
No Vale inane
Que sai da pena
Um ser implume
Sem penar
Procura-se você
Que se esconde no seu entrefolho
Que se perde em minhas folhas
E para por um instante
Para Pra pensar......
Procura-se esfolhar a ti
Tirar pétalas mortas
Roubar lembranças tortas
Abrir uma porta
Descobrir uma brecha
Entrar
Procura-se ninguém
Acha-se alguém
Em quem não se pode tocar

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