segunda-feira, 7 de abril de 2008

IDENTIDADE PERDIDA


Cadê as pedras do Arpoador?
Onde estão meus cabelos?
Quem eu sou?

Cadê as pedras do Arpoador?
Meu pôr-do-sol mais lúdico e prepotente
Onde estou, o sol não brilha
Ri diferente
Acho que de mim
Eu nem sei quem sou

Cadê as pedras do Arpoador?
Meu mar mais perfeito
Ao lado do Diabo
Contemplo os braços abertos do meu Cristo Redentor
Essa redenção seria para mim?
Ele sabe quem sou?

Cadê as pedras do Arpoador?
Minha poluída Baía da Guanabara
Estou respirando o sujo do céu
Sem poder me sujar na água
Esconder-me no lixo
Para não saber quem eu sou

Cadê as pedras do Arpoador?
E os meus bondes?
O de Açúcar e o de Teresa?
O Arco dos meus cabelos
Cadê a poesia do meu boêmio sonhador?

Cadê as pedras do Arpoador?
Se me achar
Mostre-me a mim
Seja meu espelho
Reflita o meu lado feio
Para eu descobrir em mim quem sou

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