quarta-feira, 11 de junho de 2008

Disseram-me uma vez:
“Malandro finge que é otário só pra ser malandro”
Mas o otário o é no todo
Não disfarça quando está amando
Tira onda de mau
Exagera na dose
Acaba sufocando
Não ginga pra jogar
Pra gringa quer olhar
Já sacode o malandro
Usando o meio luar
Na cabeça desprotegida
Que comanda o corpo de forma instintiva
Sem usar o patuá

Mas pode tocar o berimbau
E bater o tambor
Se o iê do mestre não ouvir
É pernada descoordenada em nome do amor
Cai na primeira e de segunda
Também usa o negativô
Otário não é malandro mas não é passivo
Na roda da vida
Não rola palhaçadinha de amigo
Capoeira bate no peito
Pedindo respeito
E se a brejeira não achar que está direito
Lamenta-se o mau jeito
Mas Angorá gosta de companheira
Pra andar a qualquer hora
Em qualquer lugar
Sem imposições
Aturando o sujeito mais imperfeito
Até porque se a menina o enamora
Tempo pra beijar é toda hora
Sem neuroses de passados
Ou datas e horários estipulados
Caso contrário
O amor será um livro com verbos já contados

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