O boêmio faz do sofrer uma arte
A solidão que ele procura pra inspiração
Nasce em qualquer parte
Com as mulheres que virão
O boêmio faz do sofrer uma arte
Na dança, qualquer parceira é sua porta-estandarte
Nos bailes, o momento a dois
Contrasta com a solidão que inspira
E que é vomitada no teclado depois
O boêmio faz do sofrer uma arte
Canta e encanta
Faz do lamento a arma mais mortífera
Destrói moças, meninas e donzelas
Até destruir em si a diva
O boêmio faz do sofrer a arte
Mas o sofrimento é contado em garrafas
Canto, dança, gringas e poesias
Pra dor de cotovelo passar
Nada melhor do que o dia-a-dia
O boêmio faz do sofrer a sua arte
Com estórias de Romeu e Julieta
Não me maltrate
Quem canta
Pode enfeitiçar-se por um outro canto
Depois menina-mulher
Não adiantará derramar o pranto
terça-feira, 8 de julho de 2008
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