sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

BANAL

Grades de segurança
Fim da insegurança?
Terror no mundo inteiro
Balas encontram vidas perdidas
Um préstito pela paz
Somos bestas
Presas por uma peia
A esperança é imarcescível
Mas a flor morre e murcha
As pessoas morrem
A esperança infla cada vez mais
É o motor do mundo
Tristezas deságuam
Num rio de sangue
Rio, São Paulo, Brasil
O mundo
É a terra do sangue
A aids dizima a África
Crianças morrem no Oriente Médio
Na esquina
De balas
Atrás de balas
De fome
Sem uma boneca para brincar
Uma garrafa de solvente afasta a realidade
A falta da infância
É um episódio a se lamentar

Procuramos o Quilombo moderno
Sem a presença do antigo Zumbi
Andamos
Corremos
Andamos em círculos
Nos escondemos de nossas crianças
Andamos de maneira jacente
Paralisados
Aturdidos pela violência atroz
Cada dia de trabalho
Uma despedida constante
A incerteza do reencontro
O mau suspício
Sempre mutilam quem espera
Trancado na prisão
Que se tornou o lar nosso de cada dia

Uma notícia
Um mau presságio
Um infarto
Alarmes falsos
Abrem e fecham as portas
Das celas domiciliares
Um estampido
Mas um olhar se perde
Olhos esbugalham
Batimentos aceleram
E desaceleram na mesma intensidade
A violência cotidiana
Tornou banal
A passagem
Do carnal para o espiritual

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