quarta-feira, 21 de maio de 2008
Na congregação da noite boêmia, em meio ao turbilhão de cores e ritmos, a cor branca, refletindo o palco urbano em verde, se destaca, mexe com o malandro perdido entre as cabrochas. A loira do balcão é o objeto de aproximação entre ambos. Um duelo de instinto e sedução. A noite segue entre flertes fortuitos, álcool, samba e boemia. Parecia o prenúncio do surgir de uma nova poesia, uma nova inspiração, que caminha no ritmo do bonde sobre os arcos, onde todos olham, mas poucos vêem. No passo sobre os trilhos inertes, a distância vira a amiga que aproxima, que afasta obstáculos, que fascina. Na rede, a aranha tece delicadamente uma deliciosa armadilha, um esconderijo de prazer e proteção, que prepara para as trilhas que eles não sabem onde darão. No abrir e fechar desse mundo, o ingresso não é cobrado, alguns se excluem, mas quem sabe chegar tem lugar cativo, sempre há espaço pra mais um amigo e até para quem se considera inimigo. A inveja não assusta, dá pena, mas o teatro está armado e o ator, na sua comédia del’arte, sempre quer platéia pra entrar em cena.Até porque, no teatro urbano não se vive numa redoma de vidro, se sofre por amor de donzela ou de bandido, mas o ideal é curtir um início sem meio e fim, porque atuar pensando em como vai ser o final tira a improvisação. Aí é melhor a bilheteria nem abrir, porque o casal principal já pede o standin, e faz da teia armadilha o seu camarim......
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