sexta-feira, 27 de junho de 2008

CHÃO QUEBRADO

De repente o piso abre sob meus pés
Vejo-me sem chão
A cerâmica quebrada
O cinza da minha alma refletindo no chão sem cobertura
O retrato mais perfeito da pintura
Que o meu momento mais ébrio
Despertou na inspiração

Procuro novos azulejos
Que só poderão ser postos por uma nova artista
Mas acho que os cacos retirados
Retratam o meu momento mais altista
Onde a tecla auxilia a dor
Certeza de que novos escritos virão

Mas olhando embaixo
Vejo poemas de dor
Que suplantam a inspiração primeira
Que um dia uma certa menina-brejeira proporcionou

Olhando o chão
Assumo a minha culpa
Mas se até um assassino merece perdão
Por que não a volta?
Só uma falsa desculpa
Mas espero que um dia
Dela, a segunda chance ninguém tire
E como fez comigo
Jogue fora a chave pra sair
De uma triste prisão

Nenhum comentário:

Tem gente que gosta!!!