sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
A Filha do Mar
Sob os olhos graciosos de Oxalá,
Desço a Serrinha
Em ressacas de tormento
Que em pouco tempo
Retomam as areias ao mar
Um hiato silencioso, sem mágoas
Um vazio a ecoar
Poderia me atirar nas ondas
No doce morrer do colo de Iemanjá
Mas, prefiro o leito do meu pai
Do alto das Pedras do Arpoador
Contemplo sua beleza
Entoando Kaô
Xangô que abre meu jogo
Meu orixá protetor
Em paz com meu Ogum
Me chama Baru
Para esperar o mundo rodar
Na perspicácia do Angoleiro
Meu jogo passa a ser matreiro
Para um golpe só realizar
Esperando a deixa do bom malandro
Meu nobre cigano
Na ginga fica a diva contemplar
De dentro ou de fora
Minha perna viaja
Meu olhar enamora
A moça que não quer escutar
Mas como bom discípulo
Na batidas dos ogãs e no toque do berimbau
O Yê do meu mestre dá o toque final
Meus olhos sobem para o luar
Mas minhas oferendas estão aí
Meu barco já foi
Pedidos de agora
Atendidos depois
A ladainha de lamento
A saudar
Essa linda filha da rainha do Mar
Odó Iyá
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